segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Invisibilidade cotidiana


Os  o l h a r e s  eletrônicos estão a espreitar os transeuntes.
Ninguém fica indiferente a eles, passou na frente, não tem vacilo,  está (Clic!) fotografado, filmado.
Vacilou, dançou.    Pode ser pego no f.l.a.g.r.a.
Deficientes, os olhares humanos não captam quase nada. Não veem o rosto da doméstica. Não sabem quem é o lixeiro ou o pedreiro...faxineiro...
PRIVADAS, a visão humana e a eletrônica fingem não ver o menino de rua, MUITO menos a pobreza nua e crua.
A infração que vai e a multa que vem, num trânsito caótico,  são dádivas de fotossensores.
O carro estrambótico, com tração animal, não é fotografado e muito menos enxergado. Vai lentamente, esqualidamente, calorentamente, tentando recolher as sobras da vida.
Míopes, estrábicos, indiferentes, todos os olhares parecem de cegos sociais, necessitando de lentes com um grau maior de consciência.     

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