domingo, 27 de junho de 2010

Beleza roubada


Às vezes, pego de surpresa, perdido em lembranças da últimas copas do mundo de futebol, a arte sempre teima em se fazer presente.

Imagino a criatividade, o drible e a molecagem vencendo a força, a rigidez, o esquema tático impecável de fortes e temidos adversários.



E, em grandes e equilibradíssimas disputas, o time do Brasil alcançando êxitos memoráveis.

Copas vêm, copas vão, e a arte, cada vez mais ausente, parece que foi jogar noutro canto.

Lá, quem sabe, ela esteja brincado com a beleza, que há muito fugiu  das passarelas junto com a sensualidade

Pelos quatro cantos do mundo, o futebol arte e a beleza feminina cederam lugar para o jogo de resultados, uma espécie de antijogo.



Veja bem, o importante é ganhar, não importa o sabor, muito menos a cor.

Veja bem, o importante é ser top, não importa a saúde, o bem estar.

E o que tem haver mulher com futebol. Nada. Tudo. Isso aí, vai depender de mim, de você.

Primeiro, uma mulher para ser top precisa ser super magra.  Por quê? Alguns “profissionais” do mundo da moda assim decretaram. E o que vemos é tentativa de imposição de um padrão de beleza que não tem correspondência com o humanamente palpável, real.

Ah! E o futebol. O futebol tem uma legião de fãs e de praticantes por todo lado. Poucos são indiferentes a ele, vez que mexe também com o emocional.

Milhões de torcedores, jogadores, peladeiros, se envolvem e se encantam com as façanhas de jogadas inacreditáveis.

Dia desses, agora em causa própria, sofri e me encantei com meu Fluminense que, contrariando toda a lógica dos matemáticos, saiu da zona de rebaixamento, feito um jipe com tração nas quatro rodas. Coração na garganta, jogadores machucados, salário atrasado, reservas duvidosos. E, no final, show de bola. Técnico, sangue bom; jogadores, guerreiros; torcida, João de Deus; e por aí vai...arte...beleza...vida.

Descupe-me pela emoção!

E, como o momento agora é de Copa do Mundo de Futebol, que, segundo suas últimas edições burocráticas, não tem permitido muito espaço para manifestações artísticas.

Todo um entusiasmo para assistir a seleção brasileira tem sido abafado por um misto de vitória com gosto amargo de falta de alguma coisa, chamada tempero, brilho...arte...vida.

Assim como os gramados nos dias de hoje, as passarelas parecem estar no lugar errado. Já expulsaram a arte e a beleza, e falta pouco para expulsar a platéia.

Nesta Copa, fico pensando, talvez nem tudo esteja perdido, a jabulani, que compromete tanto quem chuta, quanto quem defende, pode teimar e minar as mentes burocratas que gostam só dos resultados.

E tem mais, o povo sulafricano, que investiu tanto, não merecia tão pouco do que tem sido ofertado.

Mesmo assim, estou certo de que no futuro, quando buscar lembranças da Copa de 2010, na África do Sul, arte e beleza estarão presentes, juntamente com a alegria e a simplicidade, só que do lado de fora dos estádios.






sábado, 15 de maio de 2010

É a vida



De repente, somos flagrados terceirizando problemas alheios. Como essa conversa de bois, ops!...ou melhor, de dois amigos nas pecuárias da ...

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-Grande amigo, parabéns pela nova parceira.

Pego de surpresa, o amigo, com a voz embargada, responde: - Sou pelo lado estético. E, como diz o poeta, beleza, pra mim, é fundamental. Então, nada feito, nada de parceira.

- Grande amigo, ela passou na seleção, é uma campeã. E pode facilitar sua vida em todos os sentidos, moradia, alimentação, viagens. Tudo de primeira. Você perdeu o juízo?

Agora, procurando argumentos e balançando a cabeça negativamente, ele diz que é muito constrangedor ficar por conta dos outros. “Ainda mais eu que, além de ter um nome a zelar, não vejo condições de convivência. É muito desprovida de recursos. Até anda com as pernas abertas”.

-Grande amigo, ela derrubou todas as concorrentes. É a melhor das melhores. Pode não ser a mais bela, mas, com certeza já é a dona do cofre e de todas as atenções. Tornou-se cortejada. E você fica aí com esse negócio de estética, de beleza, de amor próprio. Não perca essa chance. Senão, senão...você pode ser considerado um animal incompetente...um burro.

Conversa vai, conversa vem, mas, eis que chega o dia do grande encontro.

A expectativa é geral.


Os promotores, alcoviteiros, cruzam os dedos e ficam à espreita.

Olhos nos olhos, ela se aproxima dona de si e cheia de soberba; causando pecados capitais, como, inveja, nos invejosos, e irá, nos irados.

Naquele momento, o mundo, esquecido, parou.

Ninguém pensava em concurso, em viagens, comidas, estética, beleza.

Nada.

O cio cegou o casal, sem juízo, na arena das necessidades fisiológicas.

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- Grande amigo, me diga com quem andas que eu te direi quem és! E aí, preparado para uma vida de ócio e cruzas, de prazer e sucesso, de reconhecimento.

Pensativo, reflexivo, introspectivo, ele disse estar preparado, mas que temia em relação ao futuro do amigo.

- Grande amigo! Meu futuro, o que tem de errado em relação ao meu futuro?

Geralmente, disse ele taxativo, o gado de corte vai para o abate mais cedo.

-Grande amigo, quem te contou sobre fatalidade tão cruel, que está a merecer uma queixa-crime, uma ação.

Desconsertado, ele apontou para a grande vaquinha campeã, que havia mugido em seu ouvido algo parecido com “Muuuuuuuuuuuuuuu!!!!”.

-Grande amigo, após a ficha cair, viu como eu estava certo sobre ser aprovado na seleção. Você agora, ao contrário de mim, tem um salvo-conduto, que apesar de não ser estético, nem ético, nem belo, é um salvo-conduto.

Entretanto, cabisbaixo e mais triste ainda, o grande amigo refletiu afirmando: estamos todos no mesmo curral e, no final das contas, tanto faz ser selecionado, campeão, reprodutor ou esbelto.

- Grande amigo, aonde você quer chegar com essa controvérsia toda???

Imóvel, ele fala sobre o segundo “Muuuuuuuuuuuuuuu!!!!" da grande vaquinha vitoriosa no torneio, dizendo que não havia escapatória e que todos irmãos ruminantes um dia vão estar no o centro das rodadas de churrasco e de cerveja de um outro animal sanguinário qualquer.

- Grande amigo, isto posto, então só me resta erguer a cabeça, olhar pro céu e mugir...”há Deus!?”

- Muuuuuuuuuuuuuuu!!!! ...

















terça-feira, 11 de maio de 2010

Seu EU




     Quase chorei no meu velório

Meus olhos pediam lágrimas.

Muita MENTIRA foi

dita            sobre                   mim


Por fim, resolveram me enterrar.

F.e.l.i.z !

S a í.

Um grande encontro é sempre um grande encontro



Dia desses, dois carreiristas da política estavam fazendo um balanço de suas trajetórias na vida pública. O da direita, nos tempos da juventude, era um combativo militante de esquerda, vermelho até na alma.



Conversa vai, conversa vem.



Um diz em alto e bom som: “antes eu não acreditava em nada, mas hoje sei da importância da fé para trilhar os caminhos do homem, caminhos da vida. Minha igreja me dá todo o suporte espiritual para que eu continue na lida, pra ajudar esse povo sofrido de meu Deus.”



O agora na esquerda, que antes representava o capital, categórico pregava uma revolução de costumes e de prática política. Tipo mais democracia para que pudesse semear a ditadura do proletariado. Minar a liberdade para impor a igualdade.



Depois de muito troca-troca de oportunismo, de cinismo, de bandeiras, surge uma queda de braços no centro.

As forças são as mesmas, tanto da direita para a esquerda, quando da esquerda para a direita.



“Eleitor, eleitor onde estás...onde escondes...!!!???”



Mas, eis que surge um questionamento inusitado. - Quem confia nas pesquisas?

Sem sentido, os dois, numa convergência, reconhecem que as pesquisas os fazem voar dentro de gaiolas, presos as aparências do momento e tendo de cantar bonito para atrair a atenção.



Frente a frente, tendo a queda de braço virado jogo de palito, concluem que o que mais preocupa não são as pesquisas, as penalidades eleitorais, nada disso. A preocupação maior é perder,  perder, e perder a chance de ajudar o povo, por causa da ingratidão.



Êta encontrinho de merda pra dizer que o eleitor não tem coração.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Um encontro global



Com as novas tecnologias cada vez mais presentes no dia-a-dia das pessoas, das empresas, dos governos, o dia de batente parece que vai ficando cada vez mais curto e limitante pra todos nós.

Só pra se ter uma idéia, a globalização, por mais que não se queira encará-la de frente, ou se teime em conceituá-la como modismo, inseriu-nos no mundo on line, integrando tudo e todos.

Neste sentido, vale a pena conferir o livro “O Mundo é plano”, de Thomas Friedman, que trata do tema da globalização, de nossas vidas, nossos mercados, nossos países.

As grandes redes empresariais, bancárias, atacadistas há muito já estão imersas nesse ambiente capitalista, vamos dizer assim, virtual.

A nova economia se apresenta com um potencial enorme para criar riquezas, oportunidades de inserção e comprometimento de pessoas, comunidades, países e por aí vai.

E o Brasil não fica muito atrás não, veja, por exemplo, nossas eleições, com um processo totalmente informatizado, seguro e democrático. Yes, nós também temos tecnologia.

Ah! Mas, por falar em eleição, bem que nas p-r-o-p-o-s-t-a-s dos candidatos e programas dos partidos, pensando na globalização e atuando localmente, poderiam consta temas, como: segurança pública preventiva e multidisciplinar; educação valorizada em termos qualitativos e quantitativos com centros integrados funcionando o dia todo; desenvolvimento sustentável, voltado para o reaproveitamento dos produtos e contra o aquecimento real global.

Hoje quem estiver fora da “globalização”, tanto produção virtual, como das mudanças climáticas, deve estar amargando ou causando sérios prejuízos pro mundo todo, seja aqui, ali ou acolá.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Imperialismo tupiniquin

Às vezes fico sem entender certos posicionamentos da diplomacia brasileira.

Parece-me que comete erros infantis para um país que ocupa um lugar até de destaque no cenário internacional.

Das duas uma, ou tem gente com idéias ultrapassadas ocupando cargos relevantes no Itamaraty, ou o Brasil quer dar uma de “joão sem braço” para conquistar a América Latina, escondendo sua vocação imperialista na região.

Outro ponto extremamente negativo é a partidarização da nossa política externa. Mas e daí, se um E.T. nos forçar a entender que o apoio a Chavez visa quebrar de vez a Venezuela para que o Brasil domine tudo de vez. DEUS tende piedade do povo venezuelano. Ou melhor, tende piedade de nós.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Demolidores! O pleito está aí, portanto, sempre há vagas

A construção de uma trajetória de vida na seara política faz parte do jogo pelo poder. O bom é que os pleitos eleitorais vão se repetindo a cada etapa, com diversidade e critérios cada vez mais democráticos para todos. Incluindo aí partidos, candidatos e eleitores.

Cada um é cada um. É do coletivo que as individualidades se afloram, conquistando corações e mentes. Acredito que esse processo se dê de modo primeiramente subjetivo, o coração, e em seguida, de modo objetivo, a mente.

Então, se há algo já consolidado no coração e na mente do cidadão, a estratégia de tentar desconstruir a imagem de um líder político, por exemplo, em embates eleitorais, é das mais ingratas e infrutíferas. Ainda mais se o mesmo tiver carisma e empatia.

Demolidores! Há vagas, porque muitos precisam rolar a pedra até o alto do morro, mas ela sempre cai acompanhada, como sempre cai, e derruba projetos de usurpadores da vontade popular, de pseudodemocratas.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Amostra - do que não é - grátis


As técnicas de marketing são usadas para quase tudo hoje em dia. Seja nos produtos, seja na política, seja na vida.

O marqueteiro de "mão cheia" diz pra alguém (um candidato, por exemplo) aparentar ser o que não é. Pois ele, acha que você, sendo o que não é, vai se tornar menos indigesto e abocanhar o voto.

Primeiro, procura-se saber o que todos desejam e necessitam. Depois, maqueia-se o produto para atender a demanda. Em tese seria um ganha-ganha, quem está buscando encontra o que quer e, melhor, sob medida . Mas, na verdade, é um perde-perde, porque falso e incapaz de satisfazer o mercado (produto, pessoas, ...) e quem, humanamente, é o ideal, acaba ficando a margem, marginal.

Sem reflexão, o marqueteiro vai levando a vida, se enganando, e tentando enganar os outros com amostras grátis. Querendo também se mostrar cheio de sabedoria, de perspicácia, de bem com vida, resolvido, mas agindo criminosamente contra a maioria, vendendo-lhe algo de qualidade inferior e cheia de defeitos.

É frustrante e constrangedor encontrar pessoas, buscar essências e só receber ensaios de uma vida que não é. E o que é pior com problemas existenciais e emocionais mal resolvidos.

Na seara política, notadamente, o marketing já virou lugar comum. Eleições vão e vêm e fica cada vez mais difícil enganar a todos durante todo o tempo.

Quer em relação a produtos e serviços, quer em relação a idéias, programas e candidaturas, o marketing é necessário, mas na medida certa.

O regime democrático precisa de instituições fortes, partidos políticos programáticos e consolidados e de políticos autênticos.

Não é nadar contra a maré, mais o bom marketing é aquele que destaca o que a de melhor naquilo que se quer “vender”, no caso, ao eleitor não em troca de voto, mais termos de superação e de conquista de melhores dias para todos.

Ah! E é bom ficar sabendo que os eleitores estão cada vez mais exigentes, principalmente com relação ao conteúdo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

D e s c u b r a – s e

Às vezes, o bom é não pensar em nada. Esvaziar a mente.
Não fazer parte de correntes.
Não se sentir amedrontado por qualquer pecadão. Não se deixar seduzir por promessas vãs.

Fazer parte do mundo e sentir-se integrado, sociável, a partir de cartilhas, nos dá uma falsa idéia de segurança, de pertencimento.

Funciona mais como escravidão do que libertação.

Exemplo! Ora, os exemplos... religião... racismo.. sexismo... egoísmo ...muitas “boas” d.o.u.t.r.i.n.a.s com “ismo”.

Todas, remédios, já vêm prontas. É só você engolir e, pronto, adeus livre arbítrio. O efeito colateral que eles causam é a tristeza, porque você se tornou um pecador; e infelicidade , porque você não se permitiu.

O melhor mesmo é deixar tudo isso de lado. A vida é bela. Um presente de Deus.

As coisas são simples. Não precisamos buscar explicações para tudo. Não se iluda. Viva sem limitações, respeitando os outros e a natureza.

Descubra-se, e siga em frente, livre, leve e solto.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cara

Ora de um lado (apenado); ora do outro lado (embriagado)

De um lado (depenado); do outro lado (cria gado)

Um lado (sofre, com nada); Outro lado (uma grana danada)

Lado (crítico); lado (cretino)

Lado alado (o malandro não pode ficar parado)

Do outro lado, sem lado (alguém é enganado)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O barco furado do país do futuro


2010.


Ano de eleições.


Bom momento para reflexão. Um delas pode ser a falta de sintônia entre nossos representantes políticos e a modernidade econmica que estamos conquistando como nação soberana e democrática.

Hoje, os tempos são outros, não dá mais pra coexistir com esses atores políticos em incontáveis escândalos e roubalheira dos cofres público (grana suada do povão trabalhador...empreendedor)

A modernidade e nosso grau de desenvolvimento já estão a exigir uma nova postura dos empresários, investidores, trabalhadores. E a sustentabilidade, a preservação da natureza e os cuidados com o clima do planeta estão aí carecendo de atitude firmes e criativas.

Então fica aqui minha humilde contribuição ao sugerir aos senhores financiadores de candidaturas para que selecionem melhor seus candidato$. Ou então teremos de continuar tocando o barco furado do país do futuro. Sem sintonia com nada, além do umbigo e suas limitações...violência...pobreza...